Soneto do soneto
Desata-se-me o verso no primeiro
no segundo de vento vai vestido
no terceiro de mar e marinheiro
no quarto está perdido está perdido.
Recupero-o no quinto sem sentido
no sexto deito-o à sombra de um sobreiro.
No sétimo com Dante digo: «Guido
sê tu no oitavo verso companheiro.»
Porque não espero de voltar no nono
leva-me O´Neill no décimo a um terceto
que aponte já no onze o sul e o sal.
Ao décimo segundo chega o sono.
No treze está a chave do soneto
mas nem sempre o catorze é o final.
MANUEL ALEGRE
de Poesia, Volume II (Sonetos do Obscuro Quê)
Ed. D. Quixote
voz - Cristina Paiva
sonoplastia - Fernando Ladeira
desvendado - Isabel Teles de Menezes
Autor
Manuel Alegre,
pepQ
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Bom dia!
ResponderEliminarManuel Alegre
um beijinho
Isabel Teles de Menezes
E certo mais uma vez.
ResponderEliminarEsta semana os dois pontos são para si :))