A flor que havia na água parada - I
Antes este veio
descia sem pressa
não era tão frio
como hoje parece.
Era um rio quente
sem fundo nem fim
ausente-presente
bem dentro de mim.
Quase que parado
via-o eu às vezes
em dia feriado
de seis em seis meses.
Os barcos quietos
boiavam, luziam,
fechados, secretos,
e logo seguiam.
Os velhos, fumando,
olhavam, sem ver,
o rio passando
sem nunca correr.
A virgem tranquila,
terrena, bisonha,
mete os pés na argila,
olha a água e sonha.
MARIA JUDITE DE CARVALHO
A flor que havia na água parada
Ed. Europa-América
voz - Cristina Paiva
música - Kangding Ray
sonoplastia - Fernando Ladeira
desvendado - Maria Almira Soares
Autor
Maria Judite de Carvalho,
pepQ
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Maria Judite de Carvalho
ResponderEliminarBravo, bravo!
ResponderEliminarParabéns, mais uma vez!
Soma mais dois pontos :)
Não querendo abusar, mas ainda há uns que foram ficando para trás sem ninguém os desvendar...
Mais beijos
Cristina Paiva