Descobriu-se na Oceania, mais precisamente na ilha de Ossevaolep, um povo primitivo, que anda de cabeça para baixo e tem vida organizada. É aparentemente um povo feliz, de cabeça muito sólida e mãos reforçadas. Vendo tudo ao contrário, não perde tempo, entretanto, em refutar a visão normal do mundo. E o que eles dizem com os pés dá impressão de serem coisas aladas, cheias de sabedoria. Uma comissão de cientistas europeus e americanos estuda a linguagem desses homens e mulheres, não tendo chegado ainda a conclusões publicáveis. Alguns professores tentaram imitar esses nativos e foram recolhidos ao hospital da ilha. Os cabecentes-para-baixo, como foram denominados à falta de melhor classificação, têm vida longa e desconhecem a gripe e a depressão.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
A cor de cada um
voz - Cristina Paiva
música - Pascal Comelade
sonoplastia - Fernando Ladeira
Bom dia! Adorei ouvir a leitura deste conto, a música a história e a leitura foram mágicas!! Qual o nome da música utilizada? belíssima! muito obrigada :)
ResponderEliminarMuito obrigado pelas suas simpáticas palavras.
EliminarA música chama-se Teresa do disco Cent Regards de Pascal Comelade