X. Green god
Trazia consigo a graça
das fontes quando anoitece.
Era o corpo como um rio
em sereno desafio
com as margens quando desce.
Andava como quem passa
sem ter tempo de parar.
Ervas nasciam dos passos,
cresciam troncos dos braços
quando os erguia no ar.
Sorria como quem dança.
E desfolhava ao dançar
o corpo, que lhe tremia
num ritmo que ele sabia
que os deuses devem usar.
E seguia o seu caminho,
porque era um deus que passava.
Alheio a tudo o que via,
enleado na melodia
duma flauta que tocava.
EUGÉNIO DE ANDRADE
Poesia e prosa – 1º Volume, 3ª edição aumentada,
Círculo de Leitores
voz - Cristina Paiva
música - Eleni Karaindrou
sonoplastia - Fernando Ladeira
desvendado - Isabel Teles de Menezes
Bom dia!
ResponderEliminarSerá Eugénio de Andrade?
beijinho
Olá Isabel, bom dia :)
ResponderEliminarParabéns, é do Eugénio de Andrade pois.
Parabéns!
Beijos
Cristina Paiva
Lindo!
ResponderEliminarLindo!
ResponderEliminar