Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
Dum país liberto
Duma vida limpa
E de um tempo justo
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Cem Poemas de Sophia
Voz - Cristina Paiva
Música - Sigur Rós
Sonoplastia - Fernando Ladeira
Três versos;
ResponderEliminarPara Sofia: a mágica recordação do seu ritmo poético.
Para Cristina; a magia das palavras ditas.
Para Fernando; a música mais que mágica num alto momento de inspiração.
Luís Pinto